Guerra Tarifária, Temporada III. Os EUA contra o Presidente

A Suprema Corte dos EUA pode anular as tarifas de Trump*
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Venda: 1.1480 (com fundamentos fortemente negativos) ; alvo 1.1350; StopLoss 1.1550
A administração Trump está elaborando planos de contingência caso a Suprema Corte anule um de seus principais pilares tarifários, buscando substituir rapidamente as tarifas. Isso inclui as Seções 301 e 122 da Lei de Comércio, que concedem ao presidente autoridade para impor tarifas de forma unilateral.
Recordando: As tarifas impostas em 2025 sob o nome “Liberation Day tariffs” foram uma das maiores revisões da política comercial dos EUA em décadas. Elas abrangeram quase todas as categorias de produtos importados, impondo uma taxa-base de 10% e tarifas elevadas entre 11% e 100% contra países com “desequilíbrios comerciais injustos”.
Trump também utilizou a Seção 232 da Lei de Expansão Comercial para impor tarifas a setores como siderurgia e indústria automotiva.
O tribunal federal de apelações já considerou muitas dessas medidas ilegais, afirmando que o presidente aplicou os poderes concedidos pelo IEEPA (Lei de Poderes Econômicos Internacionais de Emergência) de maneira excessivamente ampla e insuficientemente justificada.
A Suprema Corte dos EUA iniciou o processo para decidir sobre o caso.
A Casa Branca se prepara para um possível desfecho desfavorável depois que, durante as audiências orais deste mês, alguns juízes se mostraram céticos em relação às tarifas globais. Claro, a Suprema Corte pode manter as tarifas, reduzi-las ou propor uma estrutura mais direcionada.
Se a Suprema Corte revogar as tarifas de Trump, as consequências poderão ser enormes — desde revisões do orçamento federal até grandes movimentos nos mercados financeiros:
- Perda da base legal das tarifas
- Reembolso das tarifas já pagas: impacto estimado de US$ 750 bilhões a US$ 1 trilhão
- Consequências: piora do balanço fiscal; aumento do déficit; mudanças na estratégia de emissões do Tesouro; maior pressão sobre o mercado de dívida
- O processo de reembolsos e revisão dos procedimentos alfandegários pode durar mais de um ano
A redução da inflação importada pode alterar expectativas de juros.
As tarifas eram uma ferramenta importante de pressão para os EUA em negociações comerciais. Se forem consideradas ilegais, a posição de Washington enfraquece, e parceiros poderão rever suas próprias estratégias tarifárias.
Ganham com o fim das tarifas: varejistas, fabricantes de eletrônicos, empresas dependentes de importações baratas, operadores logísticos.
Perdem: fabricantes americanos que tinham vantagem de preços graças às tarifas, siderurgia e parte da indústria.
Independentemente da decisão, os traders devem observar:
- Volatilidade — a decisão será um macrogatilho relevante
- Desconforto setorial — importadores ganham, produtores locais perdem
- Riscos fiscais — potenciais reembolsos pressionarão o mercado de dívida
Será necessário acompanhar a reação do Congresso e do Tesouro, as contramedidas de China, UE, México, Canadá e outros parceiros, mudanças nas cadeias de suprimentos, a dinâmica da inflação e expectativas do Fed.
Esse evento deve ser visto não como o fim da guerra comercial, mas como o início de uma nova fase — mais juridicamente estruturada, porém igualmente tensa e economicamente arriscada.
Portanto, agimos com prudência e evitamos riscos desnecessários.
Bons lucros a todos!