A Libra Sofre, Mas Resiste

Inflação Fraca Sustentou o FTSE 100
FTSE 100
Zona-chave: 9,450 - 9,550
Compra: 9,550 (numa forte base positiva); alvo 9,700-9,750; StopLoss 9,480
Venda: 9,400 (num recuo após um novo teste do nível 9.500); alvo 9,250; StopLoss 9,450
Após uma longa pausa, o Reino Unido publicou um conjunto completo de indicadores de inflação, que no geral se mostrou mais brando do que o esperado — isso aumenta a pressão sobre todos os ativos ligados à GBP e faz com que as ações britânicas se movam contra o mercado global. O mercado acionário, representado pelo FTSE 100, está apenas 1% abaixo de sua máxima histórica e pode renová-la ainda esta semana.
Assim:
- O índice de preços ao consumidor (CPI) de setembro permaneceu inalterado, mantendo uma taxa de crescimento anual de 3,8%, em comparação com a aceleração esperada de 4,0%.
- O núcleo do índice de preços ao consumidor desacelerou para 3,5% a/a contra 3,6% em agosto e 3,8% em julho.
O principal fator de instabilidade no mercado britânico foram os preços ao produtor. Esses dados não eram publicados desde janeiro devido à revisão realizada pela agência de estatísticas.
Resultado:
- A dinâmica geral está acelerando, mas os preços básicos ao produtor permanecem abaixo das previsões médias.
- Os preços de compra dos produtores aumentaram 0,7% a/a, enquanto os preços de venda cresceram 3,4% a/a.
Estamos observando uma reação clássica do mercado, em que uma inflação mais fraca do que o esperado leva à reavaliação das perspectivas da política monetária.
Lembre-se: o FTSE 100 é o índice ponderado por capitalização de mercado das “blue chips” da LSE (UKX).
As grandes empresas britânicas continuam baratas em relação às suas contrapartes americanas nos principais múltiplos de avaliação, enquanto os retornos em dinheiro (dividendos + recompras) permanecem em níveis elevados. A estratégia de rendimento/compra de ações continua sendo um suporte visível até 2026.
Como a maioria das receitas é denominada em moeda estrangeira, a desvalorização da libra esterlina geralmente impulsiona os lucros e frequentemente o próprio índice.
Uma nova aceleração da inflação no Reino Unido (e também nos EUA, mas com efeito secundário) ou um rali acentuado da GBP levaria à queda dos múltiplos de avaliação e ao ajuste cambial. Uma libra mais forte também pressionaria os lucros convertidos em moeda local, considerando que mais de 80% das vendas vêm do exterior.
No momento, o FTSE 100 sobe 1,5% — o índice voltou a ficar acima de 9500, nível que havia fechado apenas uma vez antes, em 8 de outubro. O mercado acionário é sustentado pela fraqueza da libra, associada ao aumento das expectativas de uma postura mais branda da política monetária. Desde abril, a libra vinha se recuperando rapidamente a partir do suporte de 1,3250 — agora cai abaixo dessa zona.
Enquanto a inflação continuar diminuindo e a taxa básica do Banco da Inglaterra permanecer em 4% com tendência de flexibilização, a estratégia “carry + baixos múltiplos do FTSE” permanece atraente em comparação com os caros equivalentes americanos. Para crescimento, será necessário ou uma melhora na situação da China/setor de commodities, ou uma libra mais fraca; para queda — novo aperto monetário, queda das commodities ou compressão da dinâmica da GBP.
Portanto, agimos com prudência e evitamos riscos desnecessários.
Bons lucros a todos!