Ações e Ouro: Uma Tendência Compartilhada

Por que o ouro e as ações estão subindo ao mesmo tempo
XAU/USD
Zona-chave: 4,250.00 - 4,350.00
Compra: 4,400.00 (numa base forte e positiva); alvo 4,600-4,650; StopLoss 4,320.00
Venda: 4,250.00 (numa forte quebra do nível 4.300); alvo 4,000.00; StopLoss 4,320.00
Há muitas anomalias no mercado moderno, mas uma delas causa pânico entre os iniciantes e tiques nervosos entre os jogadores experientes. O ouro está se comportando como durante a inflação selvagem da década de 1980, enquanto o mercado de ações parece preso na euforia das pontocom. A análise fundamental clássica afirma que o ouro (e todos os metais preciosos) não podem — ou não deveriam — subir ao mesmo tempo que as ações. Antes, a correlação entre os preços do ouro e das ações era nula, mas esse modelo já não funciona.
Lembre-se: o dinheiro que entra no mercado não sai do processo — ele apenas é redistribuído.
Os trilhões de dólares injetados pelos governos para estimular a economia durante e após a pandemia da COVID-19 ainda alimentam a atividade em todos os mercados — das ações ao ouro.
Há quem diga que os preços do ouro estão subindo porque os investidores querem se proteger da crescente incerteza política — especialmente em tempos de conflitos e políticos imprevisíveis.
Mas então, por que os investidores demonstram otimismo em relação às ações de IA americanas, ignorando os riscos associados à volatilidade do dólar? Atualmente, existem formas mais eficazes de proteção de risco do que o ouro — por exemplo, comprar opções de venda (PUT) sobre ações, algo mais simples e barato.
A verdadeira razão para essa anomalia é o excesso de liquidez. O volume de recursos aplicados por americanos em fundos de mercado monetário subiu para US$7,5 trilhões — US$1,5 trilhão acima da tendência de longo prazo.
O crescimento da liquidez é reforçado pelo apetite ao risco dos investidores: quanto maior a confiança no crescimento dos ativos, mais capital flui para o mercado. As famílias americanas aumentam as transações com ações, contando com o apoio do governo ao primeiro sinal de problema. Aplicativos de negociação inovadores, com baixas comissões, tornam a compra de ativos algo massivo e instantâneo.
O resultado é uma queda acentuada no prêmio de risco, o que garante um fluxo de liquidez incontrolável.
A alta do ouro se intensificou após 2022, quando o dólar se tornou uma ferramenta de sanções e os bancos centrais começaram a comprar ouro ativamente como alternativa às reservas em moeda estrangeira. No entanto, a atividade agora migra para os ETFs: o fluxo de capital aumentou nove vezes e sua participação na demanda total por ouro atingiu quase 20%.
O argumento do medo da desvalorização do dólar já não é relevante — o dólar tem se mantido estável nos últimos meses, enquanto o ouro continua batendo recordes. Os indicadores do mercado de títulos também não explicam o movimento: o rendimento segue as expectativas de inflação de cerca de 2,5%.
Enquanto isso, outros ativos fora do campo de hedge também estão subindo — prata, platina, ETFs alavancados, empresas de tecnologia deficitárias e títulos “junk” de baixa qualidade gerencial.
Tudo isso cairá em sincronia.
Se a inflação ao consumidor voltar a acelerar e o Fed for forçado a apertar a política, os investidores podem enfrentar uma surpresa desagradável: o ouro cairá junto com as ações das empresas de IA, destruindo as ideias tradicionais sobre “seguro” de mercado.
Portanto, agimos com prudência e evitamos riscos desnecessários.
Bons lucros a todos!