Wall Street bate novos recordes enquanto Trump renova ameaças tarifárias

Antes da decisão do Fed, o mercado está cheio de otimismo
EUR/USD
Zona-chave: 1.1580 - 1.1650
Compra: 1.1650 (numa base forte e positiva) ; alvo 1.1800-1.1850; StopLoss 1.1580
Venda: 1.1550 (no recuo após o reteste de 1.1650) ; alvo 1.1350; StopLoss 1.1620
O mercado de ações dos Estados Unidos encerrou a última semana acima das expectativas: o S&P 500 subiu 0,8%, o Nasdaq ganhou 1% e o Dow Jones avançou 470 pontos. O motivo principal foi o relatório de inflação, que veio mais brando do que o previsto, reforçando as expectativas de um corte iminente nas taxas do Fed e reacendendo o apetite por risco.
O setor de tecnologia voltou a liderar o rali, enquanto as ações financeiras também se valorizaram — a retórica monetária mais suave aumentou as expectativas de crescimento na atividade de crédito.
Washington se prepara para uma nova escalada na guerra comercial e política:
- O Senado dos EUA tentará revogar as tarifas impostas por Trump sobre as importações do Canadá e de vários outros países, embora as chances de sucesso sejam mínimas. Trata-se mais de um gesto político do que de uma tentativa prática, visando registrar a insatisfação crescente de empresas e consumidores com as barreiras comerciais. Lembrete: a Casa Branca anunciou a suspensão dos contatos comerciais após Ottawa usar em uma campanha publicitária uma citação de Ronald Reagan sobre tarifas — um movimento que Trump considerou “provocativo”. O Canadá mantém a calma e convida ao diálogo.
- Trump volta a demonstrar sua inclinação por decisões unilaterais: pretende agir contra a Venezuela de forma independente, sem consultar o Congresso. No entanto, dentro do Congresso, crescem as dúvidas sobre a legalidade dos recentes ataques navais dos EUA no Caribe, que, segundo Washington, visavam navios que transportavam drogas.
- A Índia também se recusa a seguir o cronograma de Washington e adia o acordo comercial. Nova Délhi deixa claro que não cederá à pressão dos EUA. As negociações continuam, mas ainda não há resultados satisfatórios para ambas as partes.
Por enquanto, o fator mais negativo para o mercado continua sendo o shutdown do governo norte-americano, que entra em sua quarta semana. Os democratas bloqueiam o projeto de financiamento temporário dos republicanos, exigindo a prorrogação dos subsídios à saúde.
O confronto com Trump cria um pano de fundo perigoso para a próxima reunião do Fed, que terá de considerar os riscos econômicos crescentes. Powell e sua equipe mantêm uma postura cautelosa, e o afrouxamento monetário é visto mais como uma apólice de seguro contra um possível aumento do desemprego do que como uma medida forçada.
Eventos principais da semana:
- O Banco do Canadá deve reduzir novamente a taxa de juros, apesar das tensões com Trump.
- O Japão busca equilíbrio: o BOJ tomará sua decisão de taxa menos de 24 horas após o Fed. A nova primeira-ministra, Sanae Takaichi, aposta no apoio à economia, e não no aperto monetário.
- A Europa opta por uma pausa: a inflação estabilizou-se na meta de 2,0%, e a economia da zona do euro mostra resiliência surpreendente, apesar das tarifas dos EUA e da volatilidade da demanda global. As taxas provavelmente permanecerão inalteradas, oferecendo ao euro uma nova oportunidade de ganho.
Lembrete: o cenário fundamental desta semana é agressivo. Nos mercados europeu e asiático, volumes pendentes se acumulam nos níveis-chave de ambos os lados. São prováveis especulações e ajustes antes dos principais eventos econômicos. Novas posições devem ser abertas apenas com rigoroso controle de risco.
Portanto, agimos com prudência e evitamos riscos desnecessários.
Bons lucros a todos!