Nova Tendência: Tether migra ativamente para o dólar

Tether lança stablecoin nos EUA
BTC/USD
Zona-chave: 116,000 - 118,000
Compra: 118,500 (com uma quebra confiante do nível 117.800); alvo 121,000-122,500; StopLoss 117,800
Venda: 116,000 (com fortes fundamentos negativos) ; alvo 113,500-111,500; StopLoss 116,800
Após anos de escândalos, o maior emissor de stablecoins do mundo, Tether, lançou oficialmente um novo token nos Estados Unidos – naturalmente, atrelado ao dólar. O lançamento do USAT é um evento-chave para o futuro da empresa.
A principal diferença em relação a outros produtos da companhia é que o USAT cumpre os requisitos da recém-aprovada lei “GENIUS Act” de Trump. Até mesmo a emissão foi realizada por meio do Anchorage Digital Bank – uma instituição financeira regulada.
Para a Tether, que sempre foi criticada pela falta de transparência e esquemas offshore, esse passo representa uma verdadeira virada em direção à legitimidade pública no mercado financeiro mais arriscado em termos legais.
Quando a empresa lançou seu primeiro stablecoin em 2014, afirmava que cada token estaria sempre garantido por um dólar real “um para um”. No entanto, em 2021 descobriu-se que essas reservas “garantidas” incluíam papéis comerciais, empréstimos e outros ativos mais arriscados. Como resultado, a Procuradoria-Geral de Nova York multou a Tether Limited em US$ 41,6 milhões por informações falsas e “declarações enganosas” sobre suas reservas.
As ligações com mercados paralelos também prejudicaram sua reputação. Transações em USDT circularam repetidamente pela darknet, jurisdições sancionadas e esquemas de lavagem de dinheiro. Em resposta, a Tether passou a demonstrar cooperação com autoridades policiais, congelando mais de US$ 300 milhões em 2023, relacionados a fraudes e entidades sancionadas. Ainda assim, reguladores americanos permaneceram cautelosos em relação à empresa.
O stablecoin original continua dominante na criptoeconomia (com mais de US$ 100 bilhões em circulação). O USDT é usado em negociações, transferências transnacionais e como alternativa ao dólar em sistemas bancários instáveis.
Nos EUA, porém, investidores institucionais e reguladores evitaram a Tether por conta de reservas duvidosas e problemas legais anteriores. O novo token deve atrair bancos, fundos e corporações que precisam de garantias sólidas. Muitos veem o lançamento do USAT como uma ofensiva contra o concorrente USDC da Circle.
No entanto, o mercado global ainda confia mais no velho USDT. Na Ásia e na América Latina, o USDT é usado como substituto do dólar em contextos de controle cambial ou inflação. Para milhões de pessoas, a Tether não é um investimento, mas uma forma de preservar suas economias. Essa demanda massiva pode servir de amortecedor para a empresa, mesmo que a experiência americana fracasse.
Ao emitir o USAT sob supervisão americana, a Tether constrói uma ponte entre a criptoindústria e as finanças tradicionais. Agora, promete manter suas reservas apenas em dinheiro e títulos do Tesouro dos EUA. Mas as novas regras também podem trazer riscos adicionais.
Se o projeto for bem-sucedido, legitimará os stablecoins como parte integrante do sistema financeiro. Se falhar, aumentará o ceticismo em relação ao setor. A Tether é grande demais para ser ignorada, mas agora precisa provar que é confiável demais para fracassar.
Portanto, agimos com prudência e evitamos riscos desnecessários.
Bons lucros a todos!