Guerras Tarifárias: trégua sob neblina

EUA e China estendem a pausa antes da imposição de tarifas por mais 90 dias.

#EURAUD

Zona-chave: 1.7700 - 1.7780

Compra: 1.7820 (numa forte quebra de 1,78); alvo 1.8050-1.8100; StopLoss 1.7750

Venda: 1.7680 (com fortes fundamentos negativos); alvo 1.7500; StopLoss 1.7750

Após dois dias de negociações em Estocolmo, a equipe chinesa declarou que as conversas com os EUA foram construtivas. O Secretário do Tesouro dos EUA, Bessent, deu uma avaliação mais otimista, mas os mercados já não acreditam nele. Nenhum detalhe das discussões ou acordos oficiais foi divulgado, para não alarmar o grande capital.

As partes afirmaram reconhecer a importância de manter relações comerciais saudáveis e trocaram opiniões sobre questões macroeconômicas. Xi Jinping finalmente convidou Trump para visitar Pequim.

As negociações praticamente não param, mas os detalhes técnicos da suspensão de tarifas à China permanecem confidenciais. Por exemplo, a China recusa-se categoricamente a admitir que possui um excedente produtivo que afeta criticamente a cooperação com os EUA.

O problema é que a China sabe conduzir essas discussões indefinidamente sem prometer nada. Os EUA simplesmente não têm tempo para jogar pingue-pongue diplomático eternamente, e Trump pode, a qualquer momento, tomar uma decisão agressiva e altamente desvantajosa para si mesmo.

• Os EUA tentam separar o controle de exportações do comércio, já que não há acordo formal com a China sobre o tema.

• Bessent afirmou que o fornecimento de terras raras da China foi estabilizado, mas isso é quase impossível de verificar.

• As partes lamentaram a venda de tecnologias de uso dual pela China.

Os EUA expressaram preocupação com:

• as compras de petróleo iraniano pela China.

• a capacidade produtiva excedente da China no mundo inteiro.

Pequim não respondeu a essas declarações.

Trump espera que a Europa imponha tarifas aos produtos chineses, mas nesse caso o ganho para os EUA será mínimo, e a China encontrará 150 maneiras de minimizar os prejuízos.

Até agora, Pequim rejeitou a exigência dos EUA de abandonar o petróleo russo. A China protegerá sua soberania energética, apesar da ameaça de tarifas altas.

O preço do petróleo continua subindo devido ao receio de interrupções no fornecimento russo, e o Brent pode ultrapassar a faixa dos $73. Mas não esqueçamos da estratégia da OPEP+, então não convém contar com uma tendência de alta prolongada.

Por enquanto, só podemos ter certeza de que as partes concordaram com mais 90 dias de trégua. Saber mais não nos cabe — nem faz muita falta. Vamos ver o que acontece depois de 1º de agosto.

Enquanto isso, os especuladores se preparam para a reunião do Fed e o show de Powell. As expectativas são extremamente negativas, as apostas são altas, o dólar está fraco, e Trump — imprevisível.

Portanto, agimos com prudência e evitamos riscos desnecessários.

Bons lucros a todos!