Como a Europa alimentou Trump com promessas

Trégua tarifária: a guerra não foi cancelada

#XTIUSD

Zona-chave: 66.00 - 68.00

Compra: 68.50 (após um novo teste de 67,50); alvo 71.00-71.50; StopLoss 67.80

Venda: 65.50 (numa forte base negativa); alvo 63.50-61.00; StopLoss 66.20

A palavra mais importante finalmente apareceu na linguagem do acordo comercial UE–EUA: “preliminar”. Ou seja, não há tratado sério, nem compromissos concretos. Mesmo assim, Ursula von der Leyen conseguiu encenar o apaziguamento do agressor tarifário.

À primeira vista, o acordo parece uma vitória para a Europa — conseguiu vantagens em pontos-chave. E fez isso do jeito típico de Trump: com promessas. Lembrete: a UE deve:

• investir US$600 bilhões na economia dos EUA

• comprar US$750 bilhões em energia em 3 anos

Claro que ninguém pretende cumprir essas promessas — os números são totalmente irreais. Atualmente, a UE importa cerca de US$60–70 bilhões por ano em energia dos EUA. A proposta de Trump supõe que todo o volume será comprado exclusivamente nos EUA, o que contradiz a política de diversificação da UE e é tecnicamente impossível.

Além disso, ninguém menciona que os EUA nem sequer possuem esse volume de energia disponível. Em 2024, o total exportado dos principais produtos energéticos americanos (petróleo, GNL, carvão) não passou de US$165 bilhões. Como os EUA vão vender US$250 bilhões por ano só para a UE?

Nada mudará fundamentalmente, mas os dois lados vão sofrer as consequências rapidamente. Lembre-se: tarifas mais altas aumentam preços, juros e desaceleram o crescimento. No fim, quem paga as tarifas de Trump são os consumidores americanos — como sobrepreço nos produtos importados. Mas como show político, foi impecável.

Os mercados ainda surfam no otimismo de curto prazo, porque a guerra tarifária real ainda não começou. Os futuros do S&P 500 subiram 0,4%, mas o movimento perdeu força.

Depois que a Europa analisou “o maior acordo de todos os tempos”, o EURUSD caiu para a zona crítica de 1,16. O petróleo subiu 2% por especulação, mas por motivos não relacionados — e essa tendência é instável.

Achamos cedo para esperar uma correção forte nos ativos. Por enquanto, o foco é o Fed. Vamos ver se o velho Jay consegue virar o mercado.

Portanto, agimos com prudência e evitamos riscos desnecessários.

Bons lucros a todos!