O show continua: a França escolhe novamente

A França pode ficar sem primeiro-ministro
#EURUSD
Zona-chave: 1.1650 - 1.1750
Compra: 1.1800 (após uma quebra confiante de 1,1750) ; alvo 1.1950-1.2000; StopLoss 1.1730
Venda: 1.1600 (com fortes fundamentos negativos) ; alvo 1.1450; StopLoss 1.1670
Hoje François Bayrou (ainda chefe de governo em exercício) planeja submeter à Assembleia Nacional uma moção de confiança em seu gabinete. A votação está prevista (preliminarmente) para as 17h00 GMT.
As chances de Bayrou perder esse processo são estimadas em 90%. Em seguida, Macron proporá novos candidatos ao cargo de primeiro-ministro, que provavelmente serão rejeitados pela oposição.
O tema é muito mais sério do que parece. O problema não está na figura do primeiro-ministro francês, nem mesmo no orçamento da França. O risco de uma grave crise financeira para a Europa está aumentando.
Se o governo francês renunciar, o partido de esquerda “França Insubmissa” (liderado por Jean-Luc Mélenchon) já anunciou que em 9 de setembro exigirá a destituição de Macron, enquanto uma greve nacional de grande escala já está marcada para 10 de setembro.
Além disso, representantes das forças de esquerda no Parlamento Europeu propuseram um voto de desconfiança contra a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que pode ocorrer já em outubro.
Os sindicatos também planejam protestos em massa em 18 de setembro contra a “austeridade” do governo. Em seguida, devemos esperar manifestações diárias em massa, bloqueios de bancos e transportes, vandalismo – exatamente como os franceses costumam fazer. Pelo menos por algumas semanas, o país ficará paralisado.
Nas últimas duas semanas, o rendimento dos títulos soberanos franceses vem aumentando. Os papéis de 10 anos já são negociados a 3,45%, os de 2 anos em torno de 2,04% e os de 30 anos na faixa de 4,38%.
Vale lembrar: a dívida pública da França é atualmente de cerca de €3,35 trilhões (aproximadamente 114% do PIB). Uma queda adicional no valor da dívida francesa pode desencadear a desvalorização da dívida de outros países europeus, aproximando ainda mais uma crise geral. Esse risco é agravado pelas novas tarifas dos EUA.
Neste momento, a saída de Bayrou já está precificada. O processo de confirmação de um novo primeiro-ministro dificilmente será rápido. O impacto mais negativo para o euro começará se eleições parlamentares antecipadas forem convocadas na França, especialmente se a oposição exigir a renúncia de Macron.
Nas próximas três semanas, o mercado terá de enfrentar uma crise de riscos políticos tanto do euro quanto do dólar, de modo que o EUR/USD se moverá na faixa de 1,16–1,19 com maior volatilidade.
No curto prazo, uma queda para a faixa inferior de 1,16 é possível devido a greves e discussões sobre impeachment, mas antes da reunião do Fed em 16–17 de setembro é provável um impulso de alta para a área de 1,18–1,19.
Portanto, agimos com prudência e evitamos riscos desnecessários.
Bons lucros a todos!